O “Dagger” Biano Bianchin é uma lenda viva do skate brasileiro. Presente nos livros de história do nosso skate, o Biano está na ativa desde o fim dos anos 80 e em 2025 completou 50 anos de idade fazendo o que sabe fazer de melhor: andando de skate em alto nível.
Nessa parte para a Converse CONS Brasil, Biano mostra que a longevidade no skate é pra quem tem perserverança e força de vontade de ir além e que aposentadoria é uma palavra que não existe no seu vocabulário:
A gente trocou uma ideia com o Biano para saber quais são suas inspirações no skate. Se liga:
Influências de longevidade
Biano: Tem vários, não só da minha idade, um pouco mais novo ou mais velho. Nessa nossa idade, um ou dois anos fazem a diferença, para mais ou para menos. Tem o Fabio (Cristiano) com 48 que me inspira muito, é um cara que se cuida e que gosta de andar de skate. Eu o conheci em 1987 e, se você for ver, a gente ainda é os mesmos moleques daquela época, andando de skate juntos! Ele anda igual hoje quando conheci em 1987, andando e tomando capote, sempre anda muito.
O (Mauro) Mureta também é um cara que me inspira muito e sempre andou, seja no street ou transição.
O ZikkZira anda direto e, isso não só no game, mas você vê ele andando e é como ver um moleque andando! O próprio Taro (Tarobinha), voltando a andar de skate agora e já está destruindo, um cara que se voltar a andar na pegada, ele cuida da saúde e vai voltar rapidinho.
O Tony Hawk, o Steve Caballero, andando pra caralho ainda com 60 anos dando um invert de front! Tem vários que andam muito de skate, mas de formas diferentes, se reinventando, achando seu lugar no corpo também.
Tem o Geoff (Rowley), que sempre solta uma videoparte, mesmo que de um jeito diferente, sem corrimão e tudo mais. Essa é uma mudança mesmo, fazer acontecer, escolher suas batalhas, principalmente na videoparte.
O Daniel Kim também é um que vale falar. Ele tem um skate inconfundível e anda há anos – ele tem mais de 50 anos de idade, o que é muito foda. Um cara que inspira longevidade, está na pegada e na atividade, mostrando que o skate pode chegar mais longe. Uma lenda viva que inspira todos nós.
Outro que está chegando nos 50 e que, desde que comecei a andar de skate, ele me inspirou, que é o Guy Mariano. Fui evoluindo vendo vídeo de skate e vi muita coisa dele, me inspirou muito em manobras e estilo e faz isso até hoje. Ele continua evoluindo, se reinventando e apredendo manobra, mostrando que a gente pode continuar manobrando forte no game.
Andrew Reynolds também mostra que dá pra chegar forte na longevidade, se reinventando, mostrando que o skate é versátil, em vários caminhos que você pode seguir e ser atual. Ele busca bastante isso e inspira muita gente, mostrando que skatista pode realmente andar até as pernas não aguentarem mais.
Esses caras me inspiraram mas quero fazer diferente, quero mais. Eu já quis manter o meu nível, dentro dos meus limites, mas tem manobras que faço desde o fim dos anos 80, corrimão, borda, transição etc. Quis fazer uma parte atual, como se estivesse nos 30 anos, senão não tem porquê eu fazer uma videoparte, sabe? Essa parte veio para mostrar pra mim mesmo que eu consigo.
Fazer uma videoparte é tipo gravar um disco, a pessoa escolhe a música que vai abrir, a que vai ser sucesso, quanto tempo de música… A videoparte é isso, deixar um legado, deixar imortalizado ali aquele momento. Essa é a minha vigésima videoparte e é a mais importante no momento, tem todo um contexto!
O skate hoje favorece a gente, porque tem muitas manobras que foram feitas antigamente e que são feitas hoje de novo. Por um tempo teve um preconceito com certas manobras, tipo no comply, wallrides, boneless, mas hoje a galera dá todas essas e anda overall. O skate ficou mais divertido, mais democrátco e hoje tudo é legal e se juntou.
