18/06/2013
Estamos vivendo um momento histórico. Desde a época do governo Collor não havia manifestações com tantas pessoas nas ruas como essas de agora. O motivo inicial, de redução do valor do transporte público, já não é mais o único motivo, o povo brasileiro pareceu “acordar” e ir atrás de seus direitos. Educação, saúde, melhorias, gastos da Copa do Mundo, corrupção, tudo isso é pauta nas manifestações, chamando todos para a rua, convocando o povo para fazer história.
E o skatista nessa saga, onde entra? Outro dia vi um post do Daniel Marques no facebook que dizia: “onde estão os skatistas nas manifestações? Os chamados “pai da rua”, não os vejo” e, de fato, cadê? Parece que o skatista, acostumado a “dar marreta” no ônibus e no metrô, está a par de toda a manifestação. Os únicos que vejo indo atrás dos direitos, lutando junto com o povo na rua, são os mesmos que são os mais criativos, mais inteligentes e mais legais de conversar.
Muitos que se dizem “rua”, ghetto e outras definições preferem se esconder em seus rolês da tarde e assistir de casa ao povo fazendo história. Há, parece, uma acomodação, como se o skatista dissesse: “eu vou remando, não preciso de ônibus”, quando todos sabemos que a coisa fede mais do que uma simples tarifa de transporte público.
Há também outro tipo de skatista que vai para a manifestação para ficar no seu grupinho, tomando sua cachacinha, fumando o baseado e falando merda da polícia. Não estou defendendo a polícia nem julgando esse grupo, mas acho que só ir para tirar fotos para o Instagram não ajuda em nada. Ou ajuda? Pelo menos estão nas ruas, se for pensar pelo lado positivo.
Quero chegar ao pensamento de que o skatista tem que mostrar sua cara e cuidar da sua tão amada rua. Proteger com unhas e dentes o que é nosso é querer um bem comum, não pensando somente no rolêzinho no outro dia. Vale a pena ficar com as pernas cansadas um dia, se tivermos respeito das autoridades nos outros 364 do ano. Vale a pena ter o seu pico preferido tomado por manifestantes uma semana inteira, se nas outras o seu direito for exercido. Acho válido irmos para as ruas, com skates ou não, e pedirmos por respeito, sem violência.
Cadê a rua? Skills? Naipe? Uma hora tudo isso acaba, viu? Viver em sociedade é mais do que status.